Desde
que a Dra Regina Betz, geneticista da Universidade de Bonn, Alemanha, encontrou
o gene causador uma forma hereditária rara de perda de cabelo, a hipotricose
simples, muita coisa andou no campo da pesquisa cientifica voltada para o
estudo do cabelo.
Um
trabalho conduzido pela equipe do dr. Rucker Wright , no Departamento de Dermatologia da Universidade Johns
Hopkins, Baltimore, Estados Unidos,
mostrou evidências de que algumas práticas de cuidado do cabelo em garotas jovens afro-descendentes americanas,
com idades de 1 a
15 anos, estão associadas a queda e até
calvície induzida. Um total de 99% das meninas avaliadas apresentava quadro de
oleosidade excessiva no couro cabeludo e cabelo. Rabos de cavalo e tranças foram usados por 81% das meninas nos
últimos 12 meses. No total, 80% delas
usaram chapinha para alisar os fios e 42% usaram relaxantes químicos. A perda
parcial do cabelo acometia fortemente quem estava habituada a usar cabelos trançados
tipo dreads. Mas o que me deixou surpresa foi o fato de que
61% delas relataram lavar o cabelo somente a cada 2 semanas!
Gente sabemos que nosso país é
constituído de uma população miscigenada, com forte influência da raça negra
africana. Por conta do medonho histórico de escravidão, no século XVIII
desembarcaram aqui 1 milhão e 600 mil africanos. O último Censo, realizado em
2010, mostrou que o Brasil não é um país de população majoritariamente branca, pois
96.795.294 pessoas se declararam “pretas” ou “pardas”, totalizando 50,74% do
total, ao passo que 91.051.646 se disseram “brancas” (47,73%).
Então a tipologia majoritária do cabelo da mulher e
do homem brasileiro obedece a um padrão de fios ultra crespos e frágeis, com
grande tendência oleosidade. Esses são fatores que colaboram diretamente para a
fragilidade da haste em relação a quebra. Associado a essa morfologia natural,
os hábitos de tratamentos químicos, como o alisamento e relaxamento químico, o cabelo
afro-descendente no Brasil é suscetível queda pela quebra.
E?
E o que fazer? Dá para ajudar a vida e qualidade do
fio de cabelo com atitudes simples. Aliás mais “não faça isso”, do que “ faça
isso”, veja...Ingerir proteínas pobres em gordura animal, adotar
uma rotina de higiene usando produtos bem formulados para limpeza suave, não prender ou trançar os
fios, tensionando em demasia, não se submeter a alisamentos ou qualquer
tratamento químico agressivo, entre estes também a tintura e descoloração. Adote
o visual crespo sim, e seja você. Muito mais saudável, muito mais bonito(a)!


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